O CAMPUS DESCONHECIDO Por Zachary A. Zulkowski (zzul518@village.ios.com) As manchetes dos jornais estavam praticamente gritando por toda Acme City, (e o restante do Condado de Los Angeles), as notícias: PERFECTO PREP DESTRUÍDA POR FOGO, SUSPEITA DE SABOTAGEM. Esta era a manchete que Perninha Coelho estava lendo, (basicamente porque ele não podia escutar realmente a manchete gritar), através do vidro de uma máquina de venda automática de jornais localizada na frente do prédio administrativo da Acme Loo. - Tsk tsk tsk - Perninha indicou, estalando a língua. - Que vergonha! - Lilica adicionou, (não muito convincente), enquanto lia por cima do ombro de Perninha. - Um perfeito e bom fogo desperdiçado em uma escola como a Perfecto. - É... terrível. - Perninha respondeu, percebendo o sarcasmo dela. Mas nisto Leiloca Pataquada se aproximou de ambos e notou as reações deles. - Vocês dois deveriam tipo, estarem totalmente envergonhados... - Oh, o fogo não destruiu o campus INTEIRO! - Perninha respondeu. - Infelizmente... - Lilica adicionou, (que foi recepcionado por um leve cutucão no estômago pelo cotovelo de Perninha.). - Aquele fogo, tipo, destruiu mais da metade do prédio de administração da Perfecto. - Leiloca disse. - Ninguém ficou ferido! - Lilica retrucou. - Houve apenas um único caso de intoxicação por fumaça; e Ruby está se recuperando! - Nós estávamos apenas trocando algumas piadinhas...heh...heh! - Perninha explicou, a última parte vindo meio fraca, (considerando o olhar fixo da Pataquada). - A reunião está começando... - Lilica comentou, quebrando o silêncio. A reunião estava sendo feita no auditório que era adjacente ao prédio Administrativo. Os três foram até lá e tomaram seus lugares perto de Presuntinho, Fifi, e Plucky. O cenário estava completo, e todos pareciam bem com tudo. Até... - Senhoras e Senhores! - Pernalonga disse, agitando uma batuta, (na verdade, uma cenoura grande), em um podium no centro do palco. - Senhoras e Senhores, ordem! Vamos ter alguma ordem para começarmos a reunião! - Eu quero um suco de cenoura grande e uma salada, para viagem! - disse um conhecido jovem vestindo um suéter vermelho. Sons de grilos... Desta vez Lilica se levantou, colocou uma de suas macias, femininas mãos em seu ombro... e o derrubou de volta em seu assento. - Ah heh heh! - Ele disse, sorrindo fracamente. - Agora, como eu ia dizendo, Senhoras e Grilos... - Pernalonga disse. Desta vez a audiência riu abertamente. Pernalonga esperou por alguns minutos até as risadas cessarem, então continuou: - Como vocês sabem, ontem de manhã um incêndio aconteceu no campus da Escola Preparatória Perfecto, destruindo uma larga porção do prédio Administrativo, destruindo três laboratórios de ciências e uma grande percentagem dos dormitórios antes que pudesse ser contido.Uma pessoa ficou ferida, Srta. Rhubella Rato, que sofreu intoxicação de fumaça; mas foi liberada logo depois. O fogo foi acidental, e nenhuma sabotagem está envolvida. - Contudo, eu recebi um memorando do Departamento de Educação da Califórnia: devido ao fato de certos... excessos durante a história da Perfecto, a escola não tem recursos financeiros para a reconstrução, e o Departamento de Educação não tem outra escolha senão... ahem... incorporar o campus da Perfecto na Acme Looniversidade, colocando um fim em quase 70 anos de hostilidades. Este anúncio causou consideráveis murmúrios na platéia, incluindo alguns em particular: - Eu... não acredito nisto... - Tipo, totalmente... - Oh, merde... Levou algum tempo até a platéia absorver isto, e enquanto a turma continuava pelo auditório para matar um pouco mais a aula, Perninha viu Pernalonga chamando ele com o dedo. - Nós vemos mais tarde... - Lilica cochichou, - se houver algum mais tarde. - Ela então foi na direção dos demais para a saída. - Uh, oh, - Perninha pensou, - Eu estou nisto! - ele então colocou suas orelhas caídas para trás para fazer a sua melhor expressão de coitadinho. Ele andou até onde estava Pernalonga no palco. - Pode parar com isso! - Pernalonga afirmou, - Eu já vi isso em muitos episódios! - Bem... o que é que há, velhinho Tio? - Bem... sobrinho... - Pernalonga disse, surpreendendo Perninha no que era provavelmente a primeira vez na história da Warner que Pernalonga o chamava assim. - Você parece ter uma boa dose de influência com os estudantes por aqui. - Bem, eu... - Você é o que eles chamam de um líder, um modelo, todos respeitam e admiram você. - Bem, obrigad- - Cale-se! Pernalonga esperou alguns instantes, então sorriu e colocou uma afetuosa mão no ombro de Perninha. - De qualquer maneira, eu preciso de um favor de você; eventualmente estudantes da Perfecto vão começar a ter aulas aqui. Eles vão encontrar alguma hostilidade, alguma rejeição. Eu quero que você seja um exemplo para os estudantes daqui. Eu quero que você seja amigo deles. Em resumo, eu quero que você... seja nosso ramo de oliveira. - Porque eu? - Perninha foi pego completamente desprevenido por isto. - Eu já... fiz minha parte... pelo estúdio e a nação! - Plucky faz isto melhor, - Pernalonga sussurrou, tendo apenas uma encolhida de ombros de Perninha. - Há um velho ditado, - Pernalonga continuou, - Apenas Nixon pode ir até a China. * * * Algum tempo depois... Era noite em Acme City, as lojas estavam fechando, e em mais um par de horas, trabalhadores iriam chegar para ocuparem as calçadas. - Eu não acredito que estamos fazendo isso! - Plucky resmungou, enquanto ele e a turma estavam caminhando pela calçada, na direção da pizzeria local. Já que este se tratava de um importante jantar, eles todos haviam se arrumado bem: os homens usando camisas e jaquetas, as mulheres em conjuntinhos ou vestidos. Mesmo Fifi, cuja pelagem era grossa o bastante para dispensar a necessidade de roupas, estava usando uma blusa verde e saia. - Eu também não posso acreditar que estamos fazendo isso, - Perninha respondeu, - Mas Tio Pernalonga quer que nós vamos neste jantar com eles... então aqui estamos! - Ao menos ele nos deu algum dinheiro. - Uma nota C inteira. - Perninha disse, abrindo sua carteira, (e com certeza, soou uma nota C dela). - Mais piadas baratas como essa, e esta história não vai ser levada a sério. - Plucky murmurou, improvisadamente. Perninha não conseguiu evitar notar as garotas cochichando constantemente, coisa que estava indo desde que a cena começara. - Oh, é apenas papo de mulher. - Lilica afirmou, percebendo o interesse dele e tentando evitar dar uma risadinha. - Elas estavam discutindo os méritos de vários homens da Perfecto. - Presuntinho comentou, já que ele estava andando bem atrás delas, e para seu embaraco, escutou cada palavra. - Lilica! - É para nós SERMOS amigáveis a eles, não? - Sim, mas não para namorarem eles! - Perninha respondeu, no que teve várias risadinhas das garotas com isto. - E falando no diabo... - Plucky disse, apontando para frente, para o grupo dos ex-alunos da Perfecto na entrada do restaurante. O grupo consistia de Roddy e Rhunbella Rato, Margot Mallard, Danford Duck, e Manny Mole, e como os Acmes, estavam bem vestidos também. - Eu não imaginava que vocês Acmes... estudantes iriam aparecer! - Roddy disse, se mexendo levemente devido a um cutucão pelo ombro de Ruby. - E por acaso somos do tipo que faríamos isso com nossos novos amigos? - Perninha retrucou, com um forçado sorriso, que teve também um cutucão de Lilica. - Credo, estamos atrasados assim? - Presuntinho perguntou. - Não... - Ruby disse, com a voz ainda rouca devido ao acidente, - Nós é que estamos adiantados! - Ela deu a Roddy um leve olhar zangado. O grupo então entrou no restaurante. Já que o lugar era chamado de "Pizza Cave", era é claro decorado no estilo Flinstone: completo com rochas falsas nas paredes e uniformes da idade da pedra para as garçonetes. - Desde que a Warner comprou a Hanna-Barbera... - Perninha deu passagem para Plucky. - Por favor, me diga que não existe franchise desse lugar. - Plucky retornou. Depois de alguns minutos, uma garçonete os liderou até uma série de mesas juntas uma as outras. Houve alguns segundos de hesitação e assobios; então ambas as "gangues"...er "turmas" tomaram seus lugares, com os Acmes de um lado e os Perfectos de outro, (com Perninha e Roddy nos lados opostos), causando ambas Lilica e Ruby a fazerem olhares de descontento; pois era como se houvesse uma linha branca desenhada na mesa para separação. Depois de alguns minutos de diplomático silêncio, as garçonetes vieram e eles pediram três grandes "Kitchen sink" especiais, pedaços de pães o suficiente para encherem uma pequena casa, e refrigerante o bastante para se nadar dentro. * * * Enquanto isso.... Uma limusine entrou no campus da Perfecto, estacionando na frente do que restara do prédio da Administração, e duas figuras humanas saíram de dentro, ambas cerca de 1,20 metros de altura, e ambas estavam vestindo sobretudos, chapéus e máscaras, tudo branco. Estavam armados com garrafas de água com gás, tortas, e outros equipamentos de comédia animada. Estava escuro, e com o campus praticamente vazio, todos os sistemas estavam prontos... * * * De volta à Pizza Cave... Nesta altura a comida já havia sido servida, e as duas facções estavam se divertindo, aliviadas pelo pensamento que talvez estar tendo este jantar junto iria mesmo "quebrar o gelo". - Então, como tem se sentido, Ruby? - Presuntinho perguntou. - Bem... - ela respondeu, soando ainda meio rouca, - Minha garganta deve sarar em mais alguns dias. - Margot, eu ouvi falar que você tem uma irmã na Acme. - Plucky começou. - Sim, eu tenho. - Margot Mallard respondeu, bebendo um pouco do refrigerante. - Ela se inscreveu semestre passado. - Nós não vemos muito ela... Mona, não é? - Perninha disse, - Ela passa a maior parte do tempo na Biblioteca. - É, nós a chamamos de Mo-nerd! - Plucky interjetou. Isto foi seguido por uma forte pancada na cabeça com uma marreta, (cortesia de Leiloca Pataquada), que deixou o patinho verde com os olhos esbugalhados padrões deste tipo de coisa; ele contudo se recuperou rapidamente, com uma rápida chacoalhada da cabeça. - Obrigado, eu precisava disto. - ele respondeu fracamente. Margot tentou forçar o que ainda estava comendo da sua pizza, com aquele último comentário afetando ela mais do que ela imaginara: estranho, pois ela já chamara sua irmã menor de coisa muito pior... - Se a situação fosse reversa... - Danford Duck respondeu para Perninha, - Vocês iriam considerar deixarem a Acme Loo? - Bem, eu nunca pensei sobre isto... - Ser ou não ser! - Roddy começou. - Esta é a questão que ocupa nossas mentes neste momento. - Hein? - Perninha murmurou. - Com a Perfecto sendo anexada, o que será de nós? - Roddy perguntou. - Vocês estão realmente preparados para nos receberem de braços abertos? "Bem, de uma certa maneira sim!" Perninha pensou, apenas sorrindo e acenando levemente com a cabeça. - Nós precisamos de espaço vital para respirarmos. - Margot adicionou. - Acme é um clube dos caras bonzinhos apenas. Nós poderemos não termos confiança entre vocês. "Dãa!" Lilica pensou. - Isto não é verdade! - Presuntinho interjetou. O som de Roddy batendo em um copo d'água atraiu a atenção de todos: não havia sentido em argumentarem assim em um lugar público. - Senhoras e Senhores, um brinde! - Ele então levantou o seu copo, indicando para os demais fazerem o mesmo. - Ao Campus Desconhecido! Isto causou uma boa dose de murmúrios pela mesa. Roddy percebeu todos não entenderem bem. - Ao futuro! Com nossas duas cartas sendo unificadas, com cada campus sendo desconhecido ainda para o outro. Isto fez perfeito bom senso, como qualquer outra coisa, e já que o grupo não queria mesmo destruir o clima da noite, eles brindaram a isto. Este momento teria continuado... BEEP! BEEP! Se não fosse pela interrupção do telefone celular de Roddy. Ambas Rudy e Lilica resmungaram algo, (que não deve ser repetido em um desenho de família), e Roddy pegou o telefone em sua jaqueta. - Roddy. Ele escutou por alguns segundos, a voz no outro lado da linha soando... excitada. - Certo, nós aguardaremos por vocês. Ele lentamente guardou o telefone, e se uma mesa cheia de desenhos pudesse ficar mais silenciosa, não seria possível ali. - A festa acabou. - Roddy disse. Isto soou como uma dica para saírem, se estava havendo uma. A conta foi paga, e todo o grupo deixou o restaurante. Tão logo eles deixaram o prédio, (como um exemplo de bom timing dramático), uma limusine estacionou, com um bando de, bem... capangas da Perfecto saindo dela. - En guard! - Fifi disse, surgindo em uma roupa de mosqueteiro e estendendo uma espada. - Estúdio errado, Feef. - Leiloca disse. - Certo! Uma luta! - Plucky disse, saindo de um giro em uma roupa de gangster, (completa com duas metralhadoras Thompsons, obviamente descarregadas; mas simbolismo é importante) - Perninha, eu não estou gostando nada disso... - Lilica disse. - Shhhh! - Perninha demonstrou, passando o seu dedão ao longo de seu pescoço, (o gesto universal de: fique quieta!) - O que está havendo? - Como se você não soubesse! - Roddy respondeu. - Do que você está falando, Rod? - Não me venha com essa de "Rod", Perdedor da Acme! Você planejou isso o tempo todo! - Eu não entendo... se eu fiz algo errado, ao menos me deixe saber do que estou sendo acusado! - No devido tempo. Perninha tinha ainda mais uma ordem para dar, (e ele provavelmente iria se arrepender disto). - CORRAM! Eles correram. Perninha não pode correr para lugar algum, já que ele estava cercado por membros da Perfecto; Plucky foi agarrado e mesmo chutando e gritando, foi jogado na parte de trás da limusine, juntamente com Perninha. Os outros conseguiram escapar. No que a limusine começou a partir, tudo que Perninha pode ouvir foi Roddy no assento da frente dizendo: - Can you hear the chimes of midnight, Perninha Coelho? 'Ei! Qual é a que de repente se começou a se citar Shakespeare tanto assim!' – Perninha pensou. Lilica observou a limusine se afastar, fazendo as curvas o mais rápido que podia, indo para a colina aonde era o campus da Perfecto. Ela estava com os braços cruzados e tinha uma expressão no rosto que não era nem gracinha e tampouco a de uma garota meiga. Já estava ficando tarde, e garis do Departamento de Limpeza Pública já estavam começando a limpar as calçadas. - Le ventilador... que sujeira, no? – Fifi perguntou, o controle do Inglês dela se perdendo na expressão. * * * No dia seguinte... Notícias do... incidente... já estavam girando; no escritório de Pernalonga, planos estavam sendo preparados. - Nós chamamos este plano de "Operação: Resgate". Frangolino disse, apontando para uma grande quantidade de tabelas, gráficos, mapas, receitas de sopa de frango, etc. (a maioria dos quais incompreensíveis) Resgate é o que é! - Guenta aí! – Elfrazino interrompeu. – Temos é que ir até lá atirando e detonando! – e com isto, ele sacou seus dois revólveres e atirou a esmo para cima, fazendo Pernalonga se abrigar atrás de sua mesa. - Nós ilemos limpar os almalios deles! – Isto foi dito por Hortelino. Os dois homens então giraram e surgiram em ternos negros, (completos com óculos escuros e estranhas armas bem pesadas). - Você sabe como usar isso, Trocaletras? – o outro perguntou. - Não faço a menor idéia. - Nem eu. - Peraí vocês dois! – Pernalonga interjetou, tentando manter o controle. – Nós não vamos fazer essa situação muito melhor com uma invasão e demolição! - Mas a Perfecto pertence a nos agora! – Frangolino interrompeu. – Nós precisamos manter essa garotada na linha! Na linha, quero dizer! - Talvez, mas eu não vou fazer nada até a transferência na quinta. – Pernalonga respondeu. - Essa é sua palavra final? – Frangolino perguntou. - Esse coelho não está acima da lei! * * * Entrementes... - Não diga! – Lilica respondeu, escutando a excitada voz do outro lado do telefone da Cafeteria. – Não diga! Ela escutou um pouco mais. - Não diga! E então ela desligou o telefone. - Tipo... o que foi? – Leiloca perguntou. - Ela não disse. O olhar que Leiloca deu a ela poderia ter feito furos através de três milhas de concreto e ferro. - Que eu posso fazer se essa cena não teve tela-dividida? De qualquer modo, ela deu para mim umas dicas do que aconteceu. Ela não podia falar por muito tempo... a voz dela parecia estranha. Lilica então explicou o que ela havia sido reportada sobre o "ataque", os dois sobretudos, as tortas, os esguichos de água, etc. Uma pena que não houve uma cena de flashback também. - Não se preocupem, - Lilica explicou. – Eu estou certa de que Perninha e Plucky estão controlando bem a situação. * * * Corte para... - Vocês não podem fazer isso comigo! Eu sou inocente, eu digo isso! – Plucky gritava enquanto ele e Perninha eram arrastados até o "tribunal" (na verdade, uma desajeitadamente redecorada sala no subsolo do Prédio Administrativo da Perfecto). - Ouçam todos! Ouçam todos! – Anunciou Roddy, agora vestido com uma antiga roupa cerimonial Inglesa. – O julgamento do Estado contra Perninha Coelho e Plucky Duck irá ter início! Todos em pé para o meritíssimo: Juiz Roddy Rato! Ele então imediatamente fez um giro de interpretação e surgiu na roupa de um antigo Juiz Inglês e sentou-se atrás de sua mesa, retirando um enorme martelo de sua toga, e bateu para ter ordem na corte. - Eu odeio quando vilões fazem giros de interpretação. – Plucky disse, ao lado de Perninha. - Cale a boca. – Perninha disse, melodicamente. - Ordem! Ordem na corte! Todos se voltaram para encarar Perninha Coelho. - O que vocês estão olhando? Nós já fizemos essa gag! – ele respondeu, um tanto ofendido. - A defesa está pronta? - Pronta... meritíssimo. – Ruby respondeu, vestida em um bonito tallieur, e um tanto embaraçada. Ela tentou arrumar a encaracolada peruca branca que ela estava usando, mas irritada jogou-a de lado. - Acusação está pronta? - Pronta, meritíssimo! – Foi Roddy novamente, vestido como um Promotor Britânico, sentado na direção contraria a ela, com um sorriso tranqüilo em seu rosto. 'E eu gostaria de agradecer à Academia!' – Roddy pensou. - Ei, você não pode ser a acusação e Juiz ao mesmo tempo! – Perninha disse, se levantando atrás da mesa da defesa. - E porque não, olhe para o Júri! Ele fez um gesto na direção do Júri, e com certeza, TODOS eles eram Roddy Ratos. De fato, as únicas pessoas que NÃO ERAM Roddy Ratos eram aquelas nas galerias públicas. - O estúdio deve estar com cortes nas despesas. – Plucky comentou. - Você é o executor também? – Perninha perguntou. Roddy, (como um advogado), levantou seu dedo e começou a dizer... - Esqueci de mencionar isso também. * * * Enquanto isso... Lilica andava para lá e para cá, uma de suas mãos no seu queixo, pensando. Isso foi por cerca de uma hora, e uma boa parte do chão da Cafeteria estava ficando gasto no processo. O lugar estava na sua maior parte vazio; já era bem depois do almoço e a turma decidiu ignorar a rotina pelo tempo que durasse aquela "emergência". - A única chance de salvar eles, - Lilica disse, - E nós provarmos a inocência deles. - Oui? – Fifi perguntou. - E como nós tipo... fazemos isso? – Leiloca perguntou. - Nós vamos ter que procurar pelo campus inteiro, virar esse lugar do avesso se tivermos que fazê-lo. - E pelo que estaremos procurando? – Presuntinho perguntou, - Transmissões? Todos meio que resmungaram a esta... - Sobretudos. - Como é? – Leiloca perguntou. - Os dois capangas estavam vestindo sobretudos quando eles vandalizaram o campus da Perfecto, eles tem que ter saído daqui. – Ela disse. – O que significa que eles tem trazido de volta. - E se eles trouxeram, - Leiloca continuou, - Nós vamos saber de onde eles vieram... ou algo assim. - E se eles os lavaram, ou destruíram eles antes de voltarem? – Presuntinho perguntou. - Eles não teriam tempo de fazer isso, - Lilica explicou. – E mesmo que fosse o caso, então haveria dois sobretudos faltando, ou dois perfeitamente limpos sobretudos. Então, de qualquer jeito, estamos procurando por... sobretudos. - Isso é... tipo... você sabe, uma lógica bem marota. – Leiloca disse. - O que é que você pensa que eu sou, uma Vulcana? * * * De volta ao julgamento... - Eu ofereço a minha primeira peça de evidencia... – Roddy disse (como um advogado) – Isto! Ele levantou uma mão de luva de couro marrom. - Objeção! – Ruby gritou, - Isto não é deste caso! - Oh, está bem... – Roddy admitiu, jogando a luva de lado. – Eu ofereço a minha próxima peça de evidência... isto! Era uma garrafa de água com gás. Advogado Roddy Rato aproximou-se do balcão de testemunhas onde estava sentado Perninha, e mostrou a ele a garrafa. - Leia por favor a etiqueta da garrafa. - Bem... – Perninha disse, enquanto ajustava a garrafa para ter melhor visão do rótulo. - Não espere pela tradução! Leia a etiqueta na garrafa! - Objeção! – Ruby disse. - Oh...! – Roddy disse, gesticulando para ela ficar de lado. - Ei! – ela disse, se levantando da mesa de defesa e colocando as mãos em sua cintura. – Você quer dormir no sofá pelos próximos cinco meses? - Desculpe Docinho! – Ele disse, defensivamente. Isto fez o juiz Rato cobrir seu sorriso com sua mão. - Ahem! – ele disse, limpando sua garganta. Com alguma ordem voltando à corte, ele voltou sua atenção de volta à bancada de testemunhas. – Agora, leia o rótulo da garrafa. - Diz: Água com Gás Acme Co., subsidiaria da Acme Soda, engarrafada em... - Basta. – Roddy disse, levando a garrafa para longe. - Água com Gás Acme Co... como em Acme Loo? - Objeção! Aquela garrafa poderia ter vindo de qualquer outro lugar! - Juiz, se eu posso pedir à corte; eu gostaria de também oferecer como evidência à etiqueta embaixo. Você pode ler ela se desejar. - Mas certamente, gentil senhor. – Roddy, (como juiz), respondeu. – Diz: Propriedade da Acme Looniversidade. - Esta mesma etiqueta se encontra em TODO o material deixado para trás pelos vândalos! - Realmente! – Juiz Rato admitiu, - Brilhante observação! - Eu espero que ele quebre algo de tanto fazer esses giros de interpretação. – Plucky disse, ao lado de Ruby. * * * De volta a Acme Loo, a turma estava bastante ocupada revirando armários, caixas, latas de lixo e coisas assim à procura dos dois sobretudos. Ao mesmo tempo: o Corpo Docente estava preparando a cerimônia de transferência marcada para dali a três dias; e enquanto trabalhadores preparavam o auditório para a grande ocasião, um homem vestido com um uniforme de manutenção carregava uma grande caixa de ferramentas pelo corredor. Ele subiu algumas escadas, e entrou em uma sala de almoxarifado diretamente acima do auditório. Verificando alguns diagramas e plantas da escola e medindo algumas distâncias, ele serrou um grande círculo diretamente acima do podium, largo o suficiente para acomodar uma grande bigorna que foi colocada ao lado. O plano era simples: cola iria manter a tampa do buraco no lugar, mas não seria forte o bastante para suportar o peso da bigorna... que seria colocada no topo no momento certo. * * * No julgamento... Era a vez de Plucky no banco das testemunhas. - Para registro, por favor diga o seu nome. – Roddy Rato, (o advogado) perguntou. - Meu nome é Plucky Duck. - E há quanto tempo você freqüenta a Acme Looniversidade? - Objeção! – gritou Ruby. Roddy se virou para olhar para ela. - Problema de continuidade. – Ela respondeu. - Mantido... – Juiz Roddy admitiu. - Então que seja. – advogado Roddy continuou: - Quais são suas funções? - Bem, deixe-me ver... eu posso beber... – Plucky murmurou. - Responda a pergunta! – Roddy (ambos), gritaram. - Objeção! Roddy se virou na direção de Ruby. – De que lado você está, afinal de contas? Então ele se dirigiu para Plucky novamente: - Responda a pergunta. - Por vários anos, eu tenho servido como comic relief e ajudante de Perninha. Esta declaração teve vários oohs e ahhs da audiência. - E qual é a sua interpretação a respeito de Perninha Coelho? Plucky então fez um giro de interpretação em uma simplória fantasia de coelho, completa com uma camiseta vermelha, e começou a morder uma cenoura. Roddy se debruçou sobre o balcão das testemunhas, o apanhou pelo colarinho, e deu um tapa nele. Plucky mudou de volta. - Ajudante... hmmmmm. – Roddy disse, decidindo refrasear a pergunta: - e durante este tempo como "ajudante", quais são suas impressões sobre Perninha Coelho? Ele é um líder nato? Popular? Carismático? Um verdadeiro herói? Todos o respeitam, todos o amam? Tudo isto estava realmente fazendo bem ao ego de Perninha, até o momento que ele se deu conta para onde isso estava indo. - Bem... eu acho que sim. – Plucky admitiu. – Esqueça o coelho! Vamos falar sobre mim! - Objeção! Você está conduzindo a testemunha! Roddy já estava farto, e andou até Ruby. - Não há mais nada que você queira dizer que não comece com a palavra "objeção"? Ruby imediatamente pegou uma cópia sua do script, e rapidamente começou a folhear as páginas. - Ahh... não por mais algumas cenas. - De qualquer modo... – Roddy disse, voltando sua atenção para o pequeno pato verde. - Na sua opinião... Sr. Plucky. Se Perninha sugerisse que... algo deveria ser feito, isto iria acontecer? - Acredito que sim... - Meritíssimo, senhores do Júri... – Roddy indicava "positivo" com o seu polegar. - Perninha Coelho arranjou para que tivéssemos um jantar com ele. Eu afirmo: isto foi para nos distrair, e nos enganar com um falso senso de segurança; enquanto ao mesmo tempo, um ataque era feito contra o nosso campus. Um ataque o qual ele ordenou e planejou. Esta declaração teve forte ovação das galerias, para as quais ambos o advogado e o Juiz Rato graciosamente cumprimentaram. - Eu estou também convencido de que, este assim falado incêndio "acidental" que destruiu nosso campus e deu início a toda esta crise, bem não foi nada acidental, mas sim parte da mesma conspiração! Quando Ruby ouviu isso... ela não podia mais se controlar. O seu lábio inferior começou a tremer, e lágrimas começaram a rolar por suas bochechas. - Defesa, você gostaria de reexaminar? – ele disse, triunfante. Ela se levantou... soluçou... e rapidamente saiu da sala, deixando o advogado Roddy com sua boca aberta. * * * De volta na Acme Looniversidade, a busca pelos sobretudos continuava. O primeiro lugar que havia sido procurado fora no almoxarifado no subsolo, mas dois sobretudos estavam faltando. A turma estava para sair dali quando uma batida foi escutada de um dos armários. Lilica encontrou os dois sobretudos... e as pessoas os vestindo. Valentino e Felícia, ambos amarrados e amordaçados, um de costas para o outro. Valentino estava tentando dizer algo, mas a sua voz estava obviamente abafada pela mordaça. Lilica gentilmente retirou a mordaça de sua boca. - Vocês não podem fazer isso comigo! – ele gritou, - Eu sou rico! Eu vou processá-los! - Oh Valentino-zinho! Isso é tão romântico, estar amarrados juntinhos assim! – Felícia disse logo depois de a sua mordaça ser removida. – Ainda que eu normalmente não sou deste tipo de... - Cale a boca! – Valentino gritou. - Valentino... – Lilica disse, segurando o rosto de Valentino com suas mãos. – Quem o convenceu de fazer essa operação no campus da Perfecto? Normalmente você não é tão estúpido assim. - Eu sou sim! – Valentino respondeu, - Er, quero dizer, eu nunca vou dizer! Ninguém me convence a nada! - Mas Valentino-zinho, foi àquele gentil ratinho cuja esposa estava no hospital - Roddy? – Lilica disse. – Eu sabia que eu farejava um rato nisto! - Porque Roddy iria querer zuar com o seu próprio campus? – Leiloca perguntou. - E porque não? – Presuntinho perguntou, - Ele provavelmente não gosta desta situação tanto quanto nós. - Tipo... de todas as coisas que nós temos em comum com a Perfecto. – Leiloca comentou. * * * 'Já era hora deles voltarem para nós' – Perninha pensou, enquanto ele e Plucky estavam na frente do "Juiz" para aguardarem o seu veredicto. O Júri foi rápido e conciso, e chegou a um veredicto de "culpado" em menos de dez minutos... depois de discutirem os méritos de várias garotas da Acme Looniversidade. - Nossa, eles levaram TODOS os dez minutos nisto. – Plucky disse. – Alguém deve estar distraído. - AHEM! – o Juiz disse, tentando falar sobre uma pilha de "evidências" (pratos de tortas e garrafas de água com gás) cada uma tendo uma etiqueta de "Propriedade da Acme Looniversidade". Frustrado com isto, ele usou um de seus braços para mandar tudo no chão. - Vocês são culpados de violarem o código municipal de Acme City número 3727717.3, Parágrafo 3, Seção 2, Subseção 45: Conspiração para vandalizar propriedade pública, arremessar tortas de creme sem licença, uso de garrafas de água com gás sem registro, e a detonação ilegal de dinamite de animação dentro dos limites da cidade. Vocês estão sentenciados a trezentas horas de serviço comunitário à discrição da parte ofendida. A sentença deve começar imediatamente! Caso encerrado. Enquanto Perninha e Plucky eram conduzidos por um par de capangas da Perfecto, eles sobrescutaram um comentário de Roddy para si mesmo: - Ao menos eles ficam fora do caminho até DEPOIS da Cerimônia de Dedicação. Isso causou a ambos o pato e o coelho se olharem surpresos. Enquanto eram levados pela porta, Perninha pode ser escutado dizendo: - Eu imagino que outras humilhações estão sendo preparada contra nós. * * * Algumas horas depois... - Eu TINHA que perguntar! Nós encontramos nossos dois heróis, Perninha e Plucky, em alguma auto-estrada no deserto, com sacos de lixo em suas mãos, usando uniformes penitenciários, e grandes bolas de ferro acorrentadas em seus pés. Atrás deles, uma paisagem sem fim de desertos e montanhas: você poderia rodar um desenho do Papa-Léguas aqui; (eles FILMARAM desenhos do Papa-Léguas aqui). Aparentemente, o "serviço comunitário" deles era de cuidar da rodovia adotada pela Perfecto, (que estava bastante suja, a se considerar); "guardando" eles estavam duas mulheres: uma lontra e uma texugo, ambas vestidas como guardas de prisão Sulistas, (completas com óculos escuros e chapéus de patrulheiros), e tudo que elas faziam era ficarem sentadas em uma toalha debaixo de um guarda-sol. A lontra ficava lendo uma revista, enquanto a texugo fazia as unhas. - Ninguém sabe os problemas pelo que já passei! – Plucky começou a cantar, e isto foi seguido por um tapa de Perninha. Eles continuaram a trabalhar por mais algum tempo. - Oh, ótimo, nós vamos passar o resto de nossas miseráveis vidas aqui! – Plucky sussurrou. - Plucky, alguma vez você já pensou sobre o futuro? – Perninha respondeu, de uma certa maneira. - Isso é o que eu estou tentando d... - Não, não sobre o futuro disto! Um futuro maior! A cerimônia, a anexação, tudo! Eu juro, nunca me ocorreu realmente de que nós poderíamos sermos amigos dos caras da Perfecto; e eles com certeza não querem ser amigos nossos. - Alguém teve bastante trabalho para nos culpar pelo que aconteceu. - É, e você ouviu Roddy mencionar a cerimônia. Nós temos que achar um jeito de cair fora daqui! Plucky olhou as duas garotas, que ainda estavam sem notar eles. - Olááááá! – Plucky gritou, com sua mão sobre o seu bico. – Eu espero que nós não estejamos ENTEDIANDO vocês, estamos?! Perninha e Plucky continuaram a trabalhar por mais um tempo... até que eles notaram as duas garotas chamando eles. Um pouco mais tarde, uma picape estacionou do lado da rodovia, e logo que parou, Ruby e uma pata fêmea desceram da caçamba. Elas estavam ambas vestidas como ciganas, Ruby carregando um tamborim, e a pata carregando um mandolin. Ruby levantou suas mãos como se fosse tocar... - Mas que... Perninha, Plucky, e as duas "guardas" estavam deitados na toalha sob o guarda-sol. Perninha e a lontra estavam brincando de palminha, e a texugo estava dando uvas a Plucky. Perninha e Plucky notaram as outras duas garotas se aproximando e se levantaram para encontrá-las, (as bolas de ferro não eram TÃO pesadas); Plucky especialmente, estava interessado em se encontrar com a pata e se apresentar. - Ruby! O que você está fazendo aqui? – Perninha perguntou. - Isso era para ser um resgate. – ela respondeu, um pouco ofegante. - Credo... – Perninha começou, embaraçado. – Eu acho que elas ficaram um tanto entediadas de nos vigiarem. - Eu não acredito! – Ruby respondeu, andando para lá e para cá gesticulando suas mãos. – Temos todo esse trabalho para conseguirmos estes disfarces e vocês não estão nem um pouco em perigo! - Bem, eu ESTAVA ficando cansado de comer uvas. – Plucky disse. Isto resultou em Perninha atingindo a cabeça dele com uma marreta. - Porque... ciganas? – Perninha perguntou. - Agh! Isso foi tudo que restou no figurino! – Ruby explicou. – Eles usaram todo o restante naquela cena idiota do julgamento! - Esse é o problema com épicos nos dias de hoje. – Perninha disse. - E isso provavelmente explica a falta de épicos em Hollywood. – Plucky respondeu. (Duas batidas rápidas em um tambor de bateria... uma batida seca em um prato de bateria!) - Cê quer dar um tapão nele? – Perninha perguntou. A turma notou que as duas "guardas", ainda na toalha, olhavam incessantemente o script. - Isso não vai ajudar em nada! – exclamou Perninha. – Acho que nós estamos já improvisando! Ele então se virou e se dirigiu para a pata fêmea pela primeira vez. - Quem é sua amiga? – Perninha perguntou para Ruby. - Oh! Eu sou a Mona. Estou aqui para dar cobertura! - Vai saber... - Perninha comentou. - Nós temos que voltar para a Acme Loo. - Perninha disse. - Algo vai acontecer na cerimônia. - Eu sei. - Ruby adicionou, - A programação irá ter início logo, nós não temos muito tempo. - Espere um minuto! - Plucky disse, antes de entrar na picape. - Porque nós deveriamos confiar nela, depois do que aconteceu no julgamento! - Como se ela tivesse tido muita escolha! - Perninha disse. - Me desculpem por aquilo. Eu... tenho meus motivos. Os quatro subiram na caçamba, e no que Ruby levantava a porta, ela notou as duas garotas na toalha. - É melhor vocês virem junto também, já que nós podemos precisar solucionar todos os detalhes da coisa. Ruby gesticulou para o ainda não visto motorista, para que eles já segussem caminho, e enquanto se afastavam você podia ouvir Perninha dizer: - Ruby, nos tire destas bolas com correntes! * * * Lilica não podia suportar isso! A cerimônia de dedicação estava para começar, e não havia nada que ela pudesse fazer. Valentino e Felícia foram entregues para a segurança, e tudo que ela podia fazer era esperar. Ela sentou-se de pernas cruzadas em um assento no auditório com Leiloca de um lado e Fifi de outro. Presuntinho estava atrás delas. O Auditório estava impressionantemente decorado: várias bandeiras estavam alinhadas nas paredes, fitas de papel estavam pelo teto, com luzes por todo lugar. Dignatários de todo o estado estavam na platéia: até mesmo o Governador da Califórnia estava ali, flanqueado por seus "seguranças". Tudo isto estava servindo a ela se lembrar da magnitude da situação. Este era provavelmente o maior evento da história da escola. - Ele tem, tipo, um bocado de sangue-frio, sabe? - Leiloca disse, apontando para Roddy, que estava sentado do outro lado do salão com os demais Perfectos. Era como se houvesse uma fronteira internacional passando pelo meio do corredor. - A escola não quer que... - Presuntinho começou. - Eu sei. - Lilica disse, - Eles não querem fazer nada até que tudo seja oficial. - Lilica estava irada, pois era tudo o que ela podia fazer que não esganar aquele pequeno desprezível. A cerimônia estava começando. O Reitor, Pernalonga, andou pelo palco até o póduim. (O sujeito acima das escadarias verificou seu relógio, e começou a posicionar a bigorna em cima do círculo) - Senhoras e Senhores. - Pernalonga começou a falar. (Empurrou um pouco mais...) - Nós temos aqui hoje uma encruzilhada em nossa história. Um momento de oportunidade, um momento de proveniência. (Empurrando... empurrando...) - Um momento de transformar acidente em oportunidade, de transformar tragédia em triunfo. - Parem! Foi Perninha, para a surpresa de todos ali. Ele estava de pé na entrada, ainda vestido com seu uniforme de prisioneiro (para não estragar uma pefeita entrada dramática), e ele tinha até mesmo uma boa iluminação em cima dele... Ele correu pelo corredor entre os assentos, e deu um salto no palco, derrubando Pernalonga no processo. Segundos depois uma grande e pesada bigorna caiu no local. Um homem olhou pelo buraco, viu o que ocorreu, e saiu correndo. - Perninha! - Lilica chamou, assim que os outros correram até o palco. - Você está bem! - O que está acontecendo aqui? - Roddy perguntou. - Roddy ordenou a Valentino para zuar com a escola. - Perninha disse. - Ele então arranjou tudo isto... - O quê? - Pernalonga perguntou, um tanto confuso. - Provavelmente para manter ambas as escolas uma contra a outra. - Lilica adicionou; - Apesar da anexação. - Você não pode provar nada. - Roddy disse, do seu assento na platéia. - Nós temos uma confissão completa. - Frangolino disse, entrando no auditório com Valentino e Felícia sob sua custódia. - Então, quem era aquele cara? - Leiloca perguntou. - Vamos descobrir! - Mona disse, enquanto ela e Ruby entravam no auditório trazendo o homem da bigorna entre elas. Elas viram ele saindo do camarim quando estavam entrando no prédio e o capturaram antes que ele pudesse escapar. Perninha percebeu que algo não estava certo e se aproximou do homem da bigorna. Ele puxou um disfarçe dele... Elfrazino! Não, isto não estava certo, Perninha puxou outro disfarçe. Hortelino! Não, de novo. Ronald Reagan! Willian Shatner! "Isto está ficando ridículo!" Ele pensou, quando puxou o último disfarce. Roddy Rato! - Se você quer algo bem feito... - Roddy começou. - Mas, porque? - Lilica perguntou. - Você queimou a minha escola! - Roddy gritou, indicando uma pessoa do outro lado; incapaz de manter o controle. - Eu queimei a escola... Era Ruby... ela estava chorando. - Eu estava trabalhando em um projeto de ciências. - Ela admitiu. - Eu devo ter caído no sono. Eu não sei. Acho que devo ter derrubado o queimador. Roddy foi até ela, e começou a confortá-la e abraça-la. - Está tudo bem, querida. - Ele disse, suavemente, - Não foi sua culpa; foi um acidente. Oh, Senhor, me perdoe por ter a colocado em tudo isso. Desculpas aceitas, os demais pensaram. Mais tarde... A cerimônia foi muito bem, considerando tudo, e a maioria dos Acmes estavam na frente da escola com Rudy, Roddy, Margot... os seus novos amigos. Que pensamento maravilhoso. Perninha e Lilica estavam deixando o prédio, descendo a escadaria da frente juntos. - Deve ter sido terrível! - Lilica disse. - O julgamento, o trabalho, os maus tratos pelos guardas, você tem que me contar tudo! - É... certo. - Perninha respondeu. No momento que eles desceram toda a escada, uma limusine estacionou, e Roddy foi para abrir a porta. - Bem... - Perninha disse, estendendo a mão. - Foi bem... Roddy apertou a mão oferecida com as suas duas. - Eu realmente... - Está tudo bem, eu teria feito a mesma coisa. - Perninha respondeu; - Ou não. Os novos estudantes da Acme Loo entraram no carro, e Roddy desceu a janela. - Grande campus você tem por aqui. - Roddy disse. - Não tão grande como alguns de seus novos estudantes. - Perninha respondeu. Isto fez Roddy rir. Ele então sentou-se, e gesticulou para o motorista. - Primeira estrela à direita, e direto até amanhecer! - E com isto a limusine saiu. O Fim