"UMA (leve) DECISÃO MONUMENTAL..." por Jerry D. Withers (J_Withers@tcfn.org) (NOTA: Esta história em particular não esta bem na tradição clássica de TTA. Em outras palavras, não é necessariamente engraçada. Mas de novo, não é necessariamente para ser, também. Então, se você quer piadas do começo ao fim, você tem que procurar em outro lugar. O plano fiscal de Bob Dole, por exemplo ;-}. E vamos ao show.) - Um ano atrás, - ela disse a si mesma, - Eu nunca sequer sonharia em fazer ISTO... - um ano atrás, ela havia feito tantos outros planos; principal entre eles, ter aulas a Perfecto Prep no que seria o seu quarto ano de estudo lá. Ela pensou na carta que ela recebera um ano antes que colidiu com estas esperanças, e as mandou descarga abaixo... ela não queria pensar naquilo. Quanto mais ela o fazia, mais furiosa ela ficava. Furiosa com a Perfecto por terem tido a insolência de fazerem algo como isto, mas principalmente furiosa consigo mesma por não ter tido a força para lutar contra, ou para falar com sua mãe, Rhonda, sobre o assunto. Era manter o segredo longe de sua mãe que realmente incomodava sua consciência, e aquilo a surpreendeu tanto quanto a deixou com raiva, pois até aquele instante, ela havia esquecido que ela sequer TINHA uma consciência! Ela se lembrou de quão magoada Rhonda ficou quando ela... quando ela... porque ela não podia admitir para si mesma? Ela mentiu para sua mãe... ela teve que admitir ali, mas isto não a trouxe conforto, pois não havia ninguém mais para quem admitir. Ela REALMENTE ressentiu a si mesma por aquilo. "Mas que coisa de consiência, de qualquer jeito", ela pensou. E tinha parecido ser tão fácil, contar para sua mãe que ela decidira trancar a matrícula da Perfecto. Mas se ela pensara que ela iria apenas sentar e vegetar por um ano, então ela estava, como eles dizem (seja lá quem ELES forem) enganada. Deus sabe, as coisas não haviam sido fáceis, com Rhonda trabalhando com negócios imobiliários, e sem ninguém para tomar conta de sua irmã menor, Roberta. Ela fez uma pausa, e limpou uma lágrima do seu rosto. Em horas como estas, é que ela realmente sentia falta de ter seu pai por perto para conversar com ela... mas, ela tinha que encarar a realidade. Ele estava morto, e nenhuma quantidade de lágrimas iria trazer ele de volta... Então, era de uma certa maneira providencial que as coisas haviam ocorrido da maneira que ocorreram. Ficou acertado que ela iria ajudar em cuidar da casa e tomar conta de Roberta... ela sorriu. Ali estava ela, praticamente uma rata adulta, e até um ano antes, as maiores preocupações na vida dela eram todas do tipo que garotas tem em escolas preparatórias. "Cara, que diferença que um ano faz," ela disse a si mesma. Afinal de contas, ainda existiam coisas que você não PODIA aprender em uma classe de aula, mesmo que FOSSE na Perfecto Prep. O maior -- ou menor -- choque foi reaproximar-se de sua irmã menor. Até um ano antes, ela a via apenas por um ou dois meses em um ano (SE ela não tivesse sorte, ela dizia a seus amigos...) Ela fez uma nota mental para se lembrar de se desculpar com ela por dizer aquilo, embora ela sabia, pensando mais sobre o assunto, que Roberta não ficaria ofendida. Ter cinco anos de idade era divertido, poder ser mais aberta, e mais compreensiva do que... do que ratos de 19 anos de idade com complexos de culpa, ela ponderou. E era ser muito mais honesto; afinal de contas, quando você tem 5, você não tem que ficar impressionando ninguém. Aquilo era o que ela mais adorava na sua irmã menor, a habilidade dela de arranhar a cabeça com uma vontade que fazia a maioria dos adultos gritarem de terror na sua presença! Roberta fazia isto da maneira que todos os garotos pequenos e espertos faziam, sem malícia--se ela pensava que você fosse chato, por exemplo, ela falaria isto na sua cara, e anunciaria que ela tinha que ir no "banero". Ela rezava para que ao invés de Roberta crescer para ser como ela, que o contrário acontecesse de alguma maneira, embora ela sabia que ISTO poderia não acontecer... Ela nunca havia estado nesta parte de Acme City antes, embora ela havia visto este lugar muitas vezes, e podia reconhecer as redondezas. Ela observava o local um tanto atemorizada por ser pela primeira vez. Ela não sabia o QUE exatamente ela estava temendo--ela pensava ser tolo da sua parte sequer ESTAR temendo algo; mas ela não podia evitar de sentir que ela estava atravessando um sagrado território, que ELA não tinha direito nenhum de estar ALI, na entrada daquela bela e grande Mansão, e que a melhor coisa seria dar a volta, ir para casa e esquecer o assunto... Ela retomou sua determinação. Se ela estava decidida a começar a consertar as coisas, ela teria que começar por ali, e agora, embora ela sabia que se ela conseguisse ao menos terminar ISTO, sua vida como ela a conhecera ate agora nunca mais seria a mesma novamente, por tanto tempo que ela vivesse. Ela cautelosamente caminhou pela propriedade, passando pelas belas fontes ornamentadas e pelo bem aparado, maginificamente cuidado jardim, até que ela chegou ao seu objetivo... um buraco no chão. Se fosse qualquer outra pessoa que vivesse ali, ela iria questionar a sua sanidade. Mas so se FOSSE. Ela notou uma campainha, em um pedestal próximo que era quase da mesma altura dela. Ela sorriu devido à aparente falta de lógica naquilo, e isto a relaxou. Tomando fôlego, ela pressionou o botão, e ouviu, no lugar do provável 'buzz' or 'ding-dong!', um acorde de violão e uma série de badalos tocando "Merrily We Roll Along". Ela não podia esperar nada menos que aquilo, claro. O abafado som de um elevador hidráulico pode ser ouvido, e ela deu um passo atrás do buraco, em um gesto respeitoso, quando um par de orelhas cinza e rosa emergiram, juntas ao mais famoso coelho em toda a indústria cinematográfica. - Sim? - Pernalonga disse, sorrindo... mas um tanto surpreso por ver ELA aqui. - Rubella Rato? O que eu posso fazer por você, garota? - Senhor Coelho, - ela começou respeitosamente, mas ele gesticulou sua enluvada mão para interrompê-la. - Por favor, me chame de Pernalonga, - ele sorriu. - Todo mundo me chama assim. Uma sensação de alívio passou por Rubella naquele instante. - Certo... Pernalonga... eu preciso da sua opinião em um assunto... é um tipo de... bem, pessoal... - Não diga mais nada garota, vamos entrando... - 0 - Rubella ficou impressionada em saber que, abaixo do solo, Pernalonga preferia ter uma vida tão simples como a de qualquer outro coelho... um grande contraste em relação à grande propriedade acima. ("mas de qualquer modo", ela pensou para si mesma, "Pernalonga NÃO é qualquer coelho!") - Eh, - ele disse, mordendo uma cenoura, - Warner Brudders considera que eu devo ter toda as amenidades de ser uma lenda do cinema. Como você pode ver, nós temos um compromisso com isso. - ele riu, e Rubella sentiu-se aliviada em segundos. Ele não era apenas essa tão falada lenda do cinema; mais, ele era apenas mais como um velho amigo em quem se pode confiar. E naquele instante, é do que ela precisa. Ele continuou. - Mas eu estou certo que você não esta aqui para escrever uma matéria para o "Acme Heritage"... e eu posso perceber que você não está rearrumando a minha mobília... pode falar, Rubella... Ela retirou uma carta de sua bolsa, quase hesitantemente, e a entregou para ele. - Eu nunca mostrei isto para ninguém... nem mesmo para minha mãe... - Pernalonga notou que ela abaixou sua cabeça e assumiu um baixo tom de voz. Ele abriu a carta curioso, e a leu. Com o canto do olhar, Rubella tentava observar sua reação... que parecia algo entre uma grande preocupação e crescente raiva! O humor havia desaparecido de sua voz completamente, no lugar um tom revoltado. - Hmmmmm... eu ouvi histórias sobre a Perfecto ter feito algo como isto, mas até agora, eu nunca havia acreditado... Ruby suspirou. - Acredite, Pernalonga, por que eles fizeram! Pernalonga continuou a observar a carta. - Mas... aumentar a mensalidade em 175%? Isso não faz nenhum sentido! O que eles esperam ganhar com isto... comprar selas com diamantes para os pôneis de polo? - Para começar, sim... Pernalonga percebeu a data. - Mas Ruby, esta carta é de um ano atrás. Porque só agora você trouxe isto para minha atenção? - ela estava começando a chorar... algo que ele nunca pensou que veria. Ele entregou para ela uma caixa de lenços de papel. - Bem, Pernalonga, - ela suspirou, enxugando seus olhos, - O que eles fizeram colocou toda a minha vida em xeque! Eu tive que fazer algo que eu nunca pensei que faria... - Você largou os estudos, hein, garota? - Ruby indicou lentamente que sim, com a sua cabeça, e recomeçou a chorar. - Eu disse para a minha mãe que eu pretendia ficar um ano fora... Pernalonga, em me sinto péssima, e eu não sei o que fazer... - Pernalonga sabia que a maioria dos estudantes da Perfecto eram capazes dos maiores truques. (Contudo, ELE ela capaz de todos, e mais alguns também!) Além do que, ele também sabia quando um estudante estava realmente com problemas... ainda que esta era a primeira vez que ele podia se lembrar de um estudande da Perfecto procurando por seu auxílio. - Bem, Rubella, - ele finalmente disse, após pensar sobre o caso, - Eu imagino que você queira terminar sua educação, mas com a mensalidade da Perfecto neste patamar, deve ser muito para você, não é verdade? - ela concordou silenciosamente. Ele sabia a resposta da próxima pergunta antes mesmo desta questão ser levantada. - Certo, garota... você já considerou se transferir para outra escola? Os lábios dela tremeram. ESTA era a hora... - Se estiver tudo bem com você, eu gostaria de fazer um teste para a Acme Loo... - Ruby, - ele sorriu, acalmando ela ao mesmo tempo, - você não precisa "fazer um teste" para a Acme; você só precisa querer se matricular ou não, simples assim... mas eu devo lhe dizer antes, garota, eu NÃO tenho favoritos... - Eu sei disso, senhor... - Pernalonga, lembra? - Pernalonga... - E eu espero que você seja uma estudante aplicada... claro, se eu bem sei, o rumor é que você não teve nenhum problema nisto na Perfecto, certo? Como ele sabe disso?, ela perguntou para si mesma. - Eu acho que eu sempre me destaquei do grupo neste aspecto, - ela sorriu. - Bem, na Acme, você pode se ORGULHAR de ser uma boa estudante, - ele sorriu, e voltou para um aspecto sério. - Er, você já considerou o que pode acontecer se você decidir pela transferência? Ruby franziu as sombrancelhas. - Você quer dizer, se eu estou preocupada com o que os meus velhos amigos podem fazer? Certamente, Pernalonga. Para falar a verdade, eu estou TERRIFICADA que eles vão descobrir. Eles jogam duro, se você entende o que eu digo. - Sim, eu sei, - Pernalonga sorriu. - E é sobre isto que eu quero que você pense a respeito. Eu sei que terminar a escola é importante para você, e isto TEM que ser; mas se isto interferir com sua segurança pessoal... - Pernalonga, eu TENHO pensado sobre isto, e não ha nada que alguem possa dizer ou fazer que me faça mudar de idéia! - ele percebeu uma forte determinação na voz e olhar dela que não haviam quando ela chegou ali, e ele sabia que ela havia compreendido as implicações daquilo que ela estava para fazer, e que nada iria deter ela. - Se alguém quiser inteferir nisto, bem, eles que façam sua melhor tentativa!~ - Er, não precisa ir TÃO longe, Ruby... - Quão longe você acha que eu _devo_ ir? - Não mais do que Pasadena... Ruby riu em voz alta pela primeira vez no dia. - Eu estava pensando em quando nós teríamos uma PIADA decente nesta historia... - Sério? - Pernalonga perguntou. - Eu AINDA estou esperando... - 0 - Era uma diferente Rubella Rato que deixou a casa de Pernalonga e foi para casa. Eles concordaram que seria melhor deixar a notícia sobre a transferência apenas entre eles, por enquanto. Pernalonga imaginou que ela podia talvez--apenas TALVEZ--estar abusando de sua sorte nisto; mas eles teriam que ver isso no futuro. Quanto à Rubella, a primeira coisa que ela fez quando chegou em casa aquela noite foi informar a sua mãe que ela estava retornando para a escola. E a última coisa que ela fez naquela noite, para usar uma antiga expressão, foi dormir o sono dos justos. Afinal de contas, este próximo ano estava para ser um ano interessante, e ela ira precisar de todo o descanso que ela poderia ter... - 0 - (C) 18 de Agosto, 1996, por Jerry D. Withers. Todos os personagens (C) 1996 Warner Bros./Amblin. Esta história não tem a intenção de infringir nenhum direito de copyright. Os personagens de "Rhonda Rato" e "Roberta Rato" foram criados por mim. ______________________________________________________ Esta história ainda não foi perfurada. ______________________________________________________ Obrigado à Kevin por ter postado isto, e à Tri-Cities FreeNet por me prover com o espaço na web para usar. Eu realmente apreciaria ouvir comentários de vocês, os leitores. E-mail para :J_Withers@tcfn.org. --------------------------------------------------------------------------- Tradução para o Português por Leandro M. Pinto, (renebunny@hotmail.com) 1o. Edição, 15 de Setembro, 1999.