Perninha & Lilica: Não são parentes? Por Kevin Mickel (aka HKUriah@AOL.com) - Olá, Toonsters, Eu sou Perninha Coelho. - E eu sou Lilica Coelho. - Não somos parentes, - eles disseram juntos, como já fizeram antes, em dezenas de ocasiões anteriores. Perninha estava prestes a dizer algo mais quando de repente Lilica adquiriu um olhar sonhador, sorriu para ele e disse suavemente, - Ainda! - Ham-ramm. Gulp! - gaguejou Perninha enquanto ele afrouxava a gola de seu suéter. - Er, bem, Lilica, eu... - O quê? - perguntou Lilica com irritação, quando ela percebeu o desconforto dele. - Você considera esse conceito desagradável, ou algo assim? - Eu não disse isso, - protestou Perninha. - É que eu só ach... - Bem, você está agindo como se fosse, - disse Lilica, contrariada. - Eu vejo você poraí, Perninha. É melhor eu ir antes que eu diga algo do qual me arrependa. Perninha observou indignado Lilica sair irritada pela Looniversidade, deixando-o ali para se sentir sozinho. - Oh, ótimo, - ele murmurou assim que ela se foi, - Eu soube tratar muito bem essa situação. Não vai ser fácil resolver isso agora. - Ele estava pensando em como iria se desculpar quando o seu relógio tocou. - Oh-oh, - ele disse quando ele verificou o horário. - Agora eu estou atrasado para a aula. O que mais pode dar errado hoje? ########## Enquanto Lilica entrava com a combinação do seu armário, ela pegou a si mesmo pensando, - Perninha Coelho, algumas vezes você me irrita tanto que eu poderia... - Os pensamentos dela se foram quando ela abriu o armário e olhou para a foto de Perninha que ela colou no lado de dentro da porta. - Bem, - ela disse com um suspiro, - Nós vamos resolver isto. Cedo ou tarde, Perninha vai perceber o que nós temos e... - Lilica parou de falar quando ela lembrou da foto que ela viu colada dentro do armário de Perninha. - Ou talvez não, - ela disse quando ela bate a porta do seu armário, fechando-o, e saiu em direção da classe. ########## Quando Perninha finalmente chegou na escola, ele ficou aliviado em ver que a aula ainda não tinha começado. Tomando seu lugar, próximo ao dela, ele disse, - Olá, Lilica. - Ela fez que não ouviu e se virou. Com um grande suspiro, Perninha disse, - Escute, Lilica, sobre hoje de manhã, eu... Perninha foi interrompido quando um grande engradado caiu do teto bem à alguns passos na sua frente. Assim que a poeira assentou, a tampa do engradado abriu-se e dele surgiu Yakko Warner, cantando, - Olaaaaaaááá. Ele foi imediatamente acompanhado por Wakko, que acrescenta, - Tinyyyyyy. Então Dot junta-se a eles terminando com, - Toooooons! - Ewoooo! - grita Felícia quando ela os viu. - São os cabecinhas peludas! - e ela começa a correr na direção deles com os braços abertos. Em um desesperado ato de autodefesa, Wakko pegou sua marreta e achatou ela como uma panqueca assim que ela estava próxima o suficiente. - Nós realmente queremos passar por tudo aquilo de novo, Felícia? - ele perguntou calmamente. - Não, - ela conseguiu murmurar enquanto rolou de volta para a sua carteira, - Eu acho que não. - Ei, mas esperem um minuto, - diz Perninha quando termina de se recuperar do choque inicial de encontrar os Warners. Andando até Yakko, ele diz irritado, - O que vocês estão fazendo aqui? Vocês têm o seu próprio show! - Isto é verdade, - diz Yakko. - Mas neste momento, contudo, nós nos contentamos em estar neste aqui. - Oh, não, você não vai, - diz Perninha. - Este aqui é nosso, e... - Não fale com o meu irmão desse jeito, Perninha, - disse Dot, ameaçando. - Porque se você o fizer, EU VOU PULVERIZAR VOCÊ!! - Faça isso e você vai se ver comigo, - disse Lilica enquanto ela sai em defesa de Perninha. Lilica e Dot olharam-se cautelosamente e com uma crescente dose de tensão. Elas aparentaram que estavam prestes a partir uma a outra ao meio quando Yakko entrou por entre as duas e disse, - Calma, calma, garotas. Isto é para ser uma comédia, não a batalha inicial da Terceira Guerra Mundial. - Yakko está certo, Lilica, - diz Perninha enquanto ele colocou uma mão no ombro dela. - Fique calma. Lilica esforçou-se para se acalmar e dá um passo atrás de Dot. - Desculpe - ela disse calmamente, - Eu acho que eu me excedi um pouco. - Eu também, - admitiu Dot enquanto ela esticou sua mão. - Amigas? - Porque não, - disse Lilica quando elas apertaram suas mãos. - Com certeza é melhor do que sermos inimigas. - Bem, agora que está tudo bem, - disse Yakko, - talvez eu possa explicar. Nós não estamos aqui para tomar o seu show, Perninha. Nós apenas somos o assunto da lição de hoje em 'Participações Especiais de Surpresa 113. Você ficou surpreso, não ficou? - Surpreso não é bem a palavra, - murmurou Perninha. - Me desculpe, Yakko, eu estava apenas cauteloso. Quero dizer, vocês já têm o próprio show de vocês. - Eu não me preocuparia muito sobre isso se fosse você - disse Yakko, gesticulando. - Cedo ou tarde, os chefões na Warner vão perceber que vocês são importantes demais para serem deixados apenas no limbo das reprises. Escute o que digo, vocês ainda vão voltar. Dirigindo-se então para Wakko e Dot, ele disse, - Vamos, irmãos. Nossa tarefa aqui já está feita. Está na hora de ir e atormentarmos o Dr. Scratchansniff novamente. Assim que os Animaniacs deixam a sala, Perninha diz pensativamente, - Eles com certeza são um interessante trio. - Eu concordo, - diz Lilica. - Especialmente a Dot. Eu não sei bem o que é, mas há algo muito familiar nela. Perninha vira-se para olhar para ela com surpresa. - Nós estamos nos falando de novo? - ele perguntou. - Aparentemente sim. Perninha suspirou aliviado. - Bom. Er, Lilica, sobre hoje de manhã, me desculpe se eu fiquei meio agitado. É que você me pegou meio desprevenido. - Ah, está tudo bem. Eu posso ter forçado demais a barra, também. Perninha estava prestes a dizer algo mais, mas antes que ele pudesse, a porta da classe se abriu e dela veio Pernalonga. - Muito bem, - ele disse, - Fiquem quietos. Eu espero que todos tenham prestado atenção no assunto da lição de hoje, e as reações que aquilo provocou, porque eu quero uma análise detalhada de dez páginas para a próxima sexta-feira. Houve um lamento geral de todos na classe, e Pernalonga disse, - Nada disso. Vocês têm toda a semana que vêm para fazer isto. Se vocês desejarem, vocês podem trabalhar com algum colega da classe, mas se o fizerem, então eu vou precisar de quinze páginas do grupo. Alguma pergunta? Não? Muito bem, classe dispensada. ########## Naquela tarde, Perninha encontrou-se Lilica na biblioteca da Looniversidade para que eles pudessem dar início a sua nova tarefa. - Perninha - disse Lilica especulando, enquanto eles espalhavam suas anotações, - Eu tenho pretendido lhe perguntar uma coisa. Eu preciso da sua ajuda com um outro projeto além deste daqui. - Claro, Lilica, qual é? - Bem, você já ficou sabendo qual é o seu projeto para a Mestre 101? - Sim, eu tenho que fazer um remake de algum dos velhos curtas de Pernalonga. Porque? - Esse é o mesmo projeto que todo mundo pegou. Até mesmo eu. O que significa que eu vou ter que fazer algum dos velhos filmes da Doçura, e bem, Doçura era essencialmente co-estrela de Bosko. Você atuaria fazendo o papel de Bosko no meu projeto? - Credo, Lilica, eu não sei não. Alguns daqueles velhos curtas de Harman e Ising são bastante sádicos. Eu pensei que fosse a Felícia a que curte abuso de animais. - Ah, qualé, Perninha. Eu não vou pedir para você transformar nenhum animal em instrumento musical. Eu estou pensando em fazer 'Bosko in Person', é apenas uma comédia musical. - Bemmmmmmm, - diz Perninha, ainda não muito convencido. - Por favor, Perninha, - ela diz tenramente enquanto ela coloca a sua mão no rosto dele. - Isto significaria muito para mim se você fizesse. - Então, esfregando as mãos dela entre as orelhas dele ela continuou, - eu ficaria muito grata com você. - Ela apoiou-se mais intimamente a ele e adicionou, - Eu não posso fazer isto sem você, Perninha. Por favor, me ajude. Por favor. Por favor, - ela falou mais uma vez enquanto ela colocava seus braços em volta dele e olhava profundamente em seus olhos. - Ah, tudo bem, - diz Perninha quando ele saiu do abraço dela. - Cê sabe, eu odeio quando você faz isso. - Não, você não odeia, - disse Lilica categoricamente. - Você adora. Se você não adorasse, você não me forçaria a fazer isso tantas vezes. - Oh, - disse Perninha, sem jeito, - Você me pegou nesta. Isto significa que você não vai mais fazer isso? - Só nos seus sonhos, Perninha. É muito divertido para deixa de fazer. Perninha não pode conter a risada. - Bem, ao menos eu tenho ainda algo a tirar disto. - Isto você têm, - concordou Lilica. - E por falar nisso, de qual desenho você vai fazer o remake? - Eu não sei ainda. Valentino me convenceu a ajudá-lo com Knighty Knight Bugs, e eu não quero ter que trabalhar com ele mais do que uma vez, então isto limita um pouco por onde começar, e eu não imagino Felícia ser capaz de refazer nenhum daqueles velhos truques que Hortelino tentou com Pernalonga. De fato, eu acho que ela já decidiu por fazer 'Ant Pasted'. - Isto faz sentido,- concorda Lilica. - Especialmente considerando o desprezo patológico dela por insetos. Mas o que você vai fazer afinal? Pernalonga fez muitos curtas sem Hortelino ou Elfrazino. - Eu sei. Eu estou pensando em fazer 'Hillbilly Hare', mas eu ainda não decidi. De qualquer maneira, vamos começar logo essa análise. Eu estou com o pressentimento de que isto não vai ser fácil. Eles começaram por comparar suas anotações, mas eles não ficaram nisto por muito tempo até que Hector Hare chegou. - Olá, Lilica, - ele diz enquanto sentava-se para se juntar à eles. - No que vocês estão trabalhando? - Nossa análise para a Participações Especiais 113. Nós estamos bastante ocupados, Hector. Você se importaria? - Ah, então você está trabalhando com Perninha, de novo? - É, Hector, - diz Perninha, irritado, - ela está. Você têm algum problema com isso? - Ei, calma aí, Perninha. Eu só estou tentando ser amigável. - Bem, então vá ser amigável com algum outro. Nós temos trabalho a fazer. - Humph, - disse Hector enquanto ele levantou-se para ir. - Eu não deixaria muitas pessoas verem você assim, Perninha. Você poderia até perder sua reeleição para Valentino. - Adeus, Hector, - disse Perninha vigorosamente. Hector balançou sua cabeça. - Até logo, Lilica, - ele disse educadamente. - Eu vejo você por aí. No que Hector os deixa, Lilica olhou para Perninha e disse, - Isto não foi muito gentil da sua parte. - É mesmo? Você quer que eu chame ele de volta para você? Eu até posso deixar você a sós com ele se você quiser. Lilica sorriu e balançou sua cabeça. - Eu não acredito. Você está com ciúmes. - Quem? Eu? - Sim, você. Eu não estou certa se eu devo ficar lisonjeada ou zangada. - Qual você prefere? - perguntou Perninha esperançosamente. - Eu acho que prefiro lisonjeada. - Bom, - disse Perninha com alívio. - Mas eu ainda desejaria que ele a deixasse em paz. Talvez se você não encorajasse ele tanto... - O que você quer dizer com, 'encorajar ele'? - Ah, qualé, Lilica. Ele está sempre dando em cima de você. Eu nunca vi você fazer nada para desencorajar ele. - Isto não é a mesma coisa que encorajar, Perninha. - Não é? Fique longe dele, Lilica. Ele é má notícia. - Ele é? Não me diga de quem eu devo ficar longe, Perninha Coelho. Eu posso tomar conta de mim mesma. - Está bem, - disse Perninha rudemente. - Se é desse jeito que você quer, ótimo, - e ele começou a juntar suas anotações. - Aonde você está indo? - Para casa. Eu tenho coisas para fazer, - e ele saiu da biblioteca deixando Lilica para trás, o olhando. Depois de deixar Lilica, Perninha voltou para o seu armário, e depois de dar uma rápida olhada em volta para ter certeza de que ninguém estava olhando, ele o abriu, e pegou o buquê de rosas que ele havia escondido ali, e disse para si mesmo, - Liliquinha vai adorar quando ela encontrar isto. Cara, ela deve ter ficado maluca. Bem, tanto melhor. Isto vai tornar a coisa ainda mais divertida. Indo até o armário de Lilica, ele rapidamente o abriu (Lilica havia lhe dado a combinação há muito tempo atrás) e colocou as flores dentro com um bilhete afixado dizendo, - Estava apenas brincando. Te vejo de noite, Perninha. - Fechando o armário dela, Perninha olhou rapidamente em volta novamente para se certificar de que não fora visto, e então foi para casa. Infelizmente, ele falhou em perceber Hector Hare se escondendo nas sombras. Colocando de lado seu Super Binóculos de Espião Acme, ele tranqüilamente andou até o armário de Lilica e entrou com a combinação que ele observou Perninha usar. - Bonitas flores, - ele murmurou enquanto removia o bilhete de Perninha e o substituía por um de sua autoria. - Eu deveria ter pensado em dar algumas para ela há muito tempo. - Com um risada maquiavélica, Hector fechou o armário de Lilica e saiu assobiando, - Rápido, Lilica, seu novo namorado está esperando por você. ########### Levou um tempo para Lilica deixar de ficar pensando em ter visto Perninha deixando ela da maneira que ele fez, mas ela acabou conseguindo. Sem saber exatamente o que pensar disto, ela pegou as suas coisas e se preparou para ir para casa. Ela foi até seu armário primeiro, e quando ela o abriu e viu as rosas ela pensou, - Eu devia saber que era só uma piada, - e ela pegou o cartão que estava com as flores. Lilica ficou bastante desapontada quando ela leu o que estava no cartão. - Para Lilica, a mais bonita garota da Acme Loo. De Hector Hare. - Elas não são de Perninha, - ela murmurou assim que leu o cartão. - Não, - diz Hector quando ele vira a esquina do corredor, - Elas não são. - Hector, - disse Lilica, sem entusiasmo. - Isto é realmente muito gentil, mas... Ei, como é que você conseguiu colocar elas no meu armário? - Isto realmente importa? Você gostou das rosas? - Elas são bonitas, - ela admitiu. - Eu esperava que você gostasse. - Hector sentiu-se um tanto desconfortável quando ele disse isso, então respirando fundo, ele perguntou, Lilica, você gostaria de ir comigo na Festa de Eleição esta noite? - Oh, Hector, Eu não posso. Hector gesticulou compreendendo. - Eu entendo. Perninha já convidou você. - Bem, não, - diz Lilica, hesitantemente, - Ele não convidou. - Mas você espera que ele convide? - Bem, não exatamente. - Eu não estou entendendo. - Perninha não me convida para essas coisas. Ele apenas aparece lá em casa e nós saímos juntos. - Isto não é muito romântico. - Não, - admitiu Lilica, - não é. Mas funciona para nós, - ela adicionou apressadamente. - Mas não para mim, - disse Hector. - Lilica, você iria comigo à Festa da Eleição hoje à noite? - Hector, Eu acabei de dizer para você, Eu vou com Perninha. - Mas eu te convidei. Ele te convidou? - Não. - Ele vai? - Provavelmente não. - Então porque você vai ir com ele? Eu penso que é terrivelmente arrogante da parte dele apenas supor que você vai estar humildemente esperando por ele. Você não acha? Lilica estava prestes a dizer não, mas então ela se lembrou de como ele deixou ela na biblioteca. - É arrogante, - ela admitiu. - Se ele pensa que eu vou apenas deixar ele ir comigo depois do que ele... deixa prá lá. Hector, eu ficaria muito feliz de ir com você à festa hoje à noite. - Ótimo, - disse Hector entusiasmado. - Esta vai ser uma noite que você jamais vai esquecer, Lilica. Eu lhe dou a minha palavra. ########### Naquele fim-de-tarde, quando Perninha chegou na casa de Lilica, ele foi tomado de surpresa quando viu Lilica saindo com Hector. - Lilica! - ele a chama. - O que você está fazendo? - Eu estou indo na Festa da Eleição com Hector. O que você acha que eu estou fazendo? - O quê? - perguntou Perninha, sem acreditar. - Porque? - Porque, Perninha Coelho, ao contrário de você, Hector me convidou. Perninha não sabia o que dizer. Ficou completamente atônito por alguns segundos, e então Lilica disse tranqüilamente, - Vamos, Hector. Não há mais porque ficarmos aqui. - Em resposta, Hector oferece seu braço à ela, e os dois se dirigem para a Looniversidade, deixando Perninha sozinho na entrada da toca dela. Enquanto ele observava os dois se afastando, Perninha sentiu-se caindo aos pedaços. Foi preciso muito tempo antes que ele pudesse reunir forças para se juntar novamente, e quando conseguiu, ele lamentou - Qual é o propósito? Ou o ponto disto? Como ela pode me dar um fora assim? - e ele lentamente deu a volta para retornar para casa. ########### Quando Lilica e Hector chegaram na Festa, esta já estava bastante animada. Eles não demoraram muito ali até que Pernalonga veio até ela e disse, - Já era tempo de você chegar, Lilica. Onde está Perninha? Ele têm que fazer o seu discurso de campanha. - Você quer dizer que ele não está aqui?- perguntou Lilica, com alguma preocupação. - Você está perguntando para mim? Vocês é que vieram até aqui. - Er, Perna, eu não vim com o Perninha. Eu vim com Hector. - Você O QUE!?! - Eu vim com Hector, - repetiu Lilica, com calma. - Porque? - Porque ele me convidou, por isso. - Bem então onde está Perninha? Ele têm um discurso a fazer. - Eu não sei, Pernalonga. O último lugar que eu vi ele foi na minha toca. Pernalonga podia perceber claramente que algo estava errado, mas ele não tinha tempo de verificar o que poderia ser. - Grande, - disse Pernalonga assim que olhou no seu relógio. - Bem, nós vamos ter que começarmos sem ele. Deixando Lilica e Hector, Pernalonga tomou seu caminho até o podium que foi montado no outro lado do ginásio. Batendo no microfone para chamar a atenção de todos, ele disse - OK, pessoal, escutem. Antes de mais nada, alguém viu o Perninha esta noite? Como ninguém respondeu, Pernalonga suspirou e disse, - Bem, neste caso, nós vamos deixar seu oponente se pronunciar primeiro. Desafiando Perninha Coelho em sua reeleição para a posição de Presidente do Corpo Estudantil, este ano é Valentino Trocatapa. Valentino, à vontade. Houve uma leve intenção de aplausos, e mais do que algumas vaias, enquanto Valentino caminhava até o microfone. - Obrigado, - ele disse sem sinceridade. - Bem, eu havia preparado um pronunciamento especial para dizer à vocês porque eu estou concorrendo contra Perninha, e o que eu vou fazer se for eleito, mas devido ao fato que meu oponente nem se preocupou em estar aqui esta noite, eu penso que devo dizer algo mais. Vocês realmente querem um Presidente do Corpo Estudantil que não considera importante o voto de vocês, a ponto de sequer se preocupar em comparecer no mais importante evento da campanha? Eu acredito que não. Por que ele deve esperar que vocês sejam leais à sua presidência se ele nem mesmo têm a cortesia de estar aqui e pedir a vocês por isto? Agora, eu sei o que alguns de vocês devem estar pensando neste instante. De algum jeito, de algum modo, Valentino arranjou para que Perninha estivesse longe daqui para fazer com que ele fique mal. Bem, meus amigos, se vocês pensam assim, vocês estão errados. Agora, eu devo admitir que em minha última campanha eu trapaceei e quebrei todas as regras de uma campanha justa, mas desta vez eu não o fiz. Eu trabalhei duro para fazer uma campanha honesta. Não é minha culpa que Perninha não está aqui, é dele. Eu estou aqui para pedir pelo seu apoio e para me elegerem como o seu novo Presidente. Se vocês o fizerem, eu vou trabalhar duro para inspirar o seu respeito e para ganhar a sua lealdade. Sobre isto, deixem-me terminar com uma pergunta. Vocês querem um Presidente que deseja ter a lealdade de vocês, ou um Presidente que não pode contar com a lealdade de sua própria namorada? - e ele aponta um acusatório dedo em direção de Lilica. Naquele instante, Lilica sentiu-se extremamente desconfortável por cada par de olhos naquele lugar estarem focados bem nela. - Uh-heh-heh, - ela gaguejou. - Oi, pessoal. - É isto mesmo, pessoal, - disse Valentino, e todos voltaram sua atenção para ele, para o alívio de Lilica, - mesmo que ela não pense para quem Perninha está sendo leal. Pensem nisto. Obrigado. Assim que Valentino desceu do pódium, os aplausos foram muito mais genuínos, e bem mais intensos. - Bem, obrigado, Valentino, - disse Pernalonga assim que ele retornou ao pódium. - Uhm, Perninha já chegou? Não? Bem, neste caso eu vou deixar que todos vocês voltem para a diversão. Não se esqueçam de depositarem seus votos na segunda-feira de manhã. Lilica sentiu-se bem pequenininha quando Pernalonga deixou o podium e as festividades continuaram. - Aquele foi um discurso muito bom, - disse Hector calmamente. - Ele tocou em bons pontos. - É,- admitiu Lilica - Ele realmente fez. Você me dá licença, Hector? Eu tenho que retocar minha maquiagem. Sem esperar para ouvir a sua resposta, Lilica saiu apressadamente para o banheiro das mulheres, e olhando a si mesma no espelho, ela murmurou, - Oh Perninha. O que foi que eu fiz a você? Agora Valentino vai dominar a escola, e é tudo minha culpa. - Mesmo tendo dito isto, ela tentou convencer a si mesma de que havido sido tudo por culpa de Perninha, mas por alguma razão ela não conseguiu convencer-se disso. Certo, foi uma certa presunção da parte dele imaginar que ela viria com ele até aqui esta noite, especialmente depois da maneira que ele a abandonou nesta tarde, mas também era verdade que eles tinham um entendimento sobre estas coisas. Ela sabia que ele viria até lá por ela, e se desculpar por te-lâ abandonado daquela maneira, mas ela deliberadamente escolheu por ignorar este fato. Não demorou muito para ela perceber o que ela tinha que fazer. - Eu não posso ficar aqui, - ela disse. - Eu tenho que encontrar Perninha. Nós temos que resolver isto. Deixando o banheiro das mulheres rapidamente, Lilica topou exatamente com Pernalonga, que estava com um ar de preocupação no seu rosto. - Aí esta você, Lilica. Eu estava procurando por você. - Agora não, Perna. Eu tenho que ir encontrar Perninha. Nós precisamos conversar. Você viu Hector? Eu tenho que dizer a ele que eu tenho que ir. Pernalonga sorriu compreendendo. - Eu tenho certeza que você e Perninha vão se entender perfeitamente, - ele disse. - Eu acho que vi Hector bem ali, atrás das arquibancadas. - Obrigada, Pernalonga. Eu tenho que ir. Sabendo o que ela tinha que fazer, Lilica foi na direção de onde Pernalonga disse que havia visto Hector ir. Era um canto quieto e fora de vista, e tão logo ela o viu, Lilica percebeu por que Hector estava lá. Ele estava falando com Valentino Trocatapa. - Bom trabalho, Hector, - ela escutou Valentino dizer enquanto segurava um pacote de dinheiro. - A reputação do coelho está arruinada, e eu posso dizer honestamente que não foi minha culpa. - Não foi - concordou Hector assim que guardou o dinheiro, - Foi minha. - Não, - disse Lilica assim que ela andou até aonde eles podiam ver ela, - foi minha culpa. Você não vai se dar bem com isto, Valentino. Eu vou contar para todos a verdade. - Certo, coelha. Sua credibilidade está tão destruída quanto a de Perninha. Desista rosa, você e seu namorado são história antiga. - É o que nós vamos ver, Valentino. E você, Hector, você me usou. Isto foi muito sujo da sua parte. - Ah, é? E o que você pretende fazer a respeito? A única resposta de Lilica foi começar um giro, transformando a si mesma em um trabalhador de construção civil. Ativando seu Super Soprador de Folha Acme, ela o virou na direção deles, soprando toda a cor fora das formas deles, esparramando pelas paredes. Então ela tirou um limpador de janelas e cuidadosamente apagou os traços deles, deixando nada mais do que as formas brancas vazias de suas silhuetas. - Bem, isto está bom para começar, - ela disse secamente. - Mas não se preocupem, mais tarde eu vou pensar em algo realmente sórdido. Eu o faria agora, mas por ora eu tenho que ir ao encontro de Perninha, rápido. Com isto, Lilica puxou de lado o cenário do corredor substituindo-o pelo cenário da entrada da toca de Perninha. - Perninha - ela chamou para dentro do túnel, - Você está aí? Depois de alguns segundos, Perninha aparece. - Olá, Lilica, - ele disse friamente. - Veio aqui para terminar de enterrar a faca? - Nossa, - disse Lilica. - Eu mereço isso. Mas não, eu não vim. Eu estou aqui para me desculpar. Eu nunca deveria ter ido à festa com Hector. Eu sabia que você viria me buscar, e eu deliberadamente te ignorei. Me desculpa, Perninha. Você pode me perdoar? Perninha olhou para Lilica e considerou o que ela disse. Ele queria acreditar nela, mas algo ainda o estava incomodando. - O que a fez ir na festa com Hector? - ele perguntou. - E não me diga que foi só porque ele te convidou. - Eu não sei, - admitiu Lilica. - Eu acho que é porque eu estava zangada com você. Quero dizer, não foi nada gentil, aquele jeito que você me deixou lá na biblioteca. Um olhar confuso formou-se no rosto de Perninha. - Mas e quanto as flores? - Que flores? - As flores que eu coloquei no seu armário. O bilhete com elas dizia a você que eu estava só brincando. - VOCÊ colocou aquelas flores no meu armário? - Claro que fui eu. Quem mais poderia ser? - Hector disse que foi ele, - disse Lilica, sentindo-se muito como uma idiota. - De alguma maneira ele teve acesso ao meu armário e trocou o seu bilhete por um feito por ele. - Ah, ele trocou, não trocou? - diz Perninha, sua raiva aumentando. - Onde ele está? Eu vou explicar para ele que não é nada gentil abrir o armário de uma garota sem a sua permissão. - Hummm, - disse Lilica, esperançosamente, - você está defendendo minha honra. Isto significa que você me perdoa? Perninha achou impossível não sorrir. - Como eu não poderia? Nós somos um time, Lilica, eu não posso ficar bravo com você por isto. Especialmente quando eu praticamente te forcei a isto. Me desculpe também, Lilica. Eu preciso dar mais atenção aos seus sentimentos, e parar de apenas considerar você já convidada. - Você quer dizer aquilo? - perguntou Lilica. - É. Então, er, você gostaria de voltar à festa comigo? - Eu adoraria. De fato eu... Oh, espere um minuto! A festa. Perninha, têm algo que eu tenho que te dizer. Hector, ele não estava interessado em mim. Valentino o pagou para ele se meter entre nós e para fazer você ficar mal. Ele conseguiu convencer todo mundo para votarem nele ao invés de em você. Nós temos que detê-lo. Nós temos que fazer com que todos saibam que tudo isto foi apenas mais um de seus truques sujos! - Não, - disse Perninha com uma estranha calma, - nós não vamos. - Hein? - Nós não precisamos desmascarar o plano do Valentino. - Mas Perninha, como... Perninha gesticulou sua mão para ela não dizer mais nada. - Deixe isso comigo, - ele disse tranqüilizadoramente. - Eu tenho um plano. - Bem, - diz Lilica com hesitação, - Já que você está dizendo. Vamos voltar lá, - e ela puxou de volta o cenário do corredor, onde estavam apenas as silhuetas de Valentino e Hector. - O que houve com eles? - perguntou Perninha assim que ele viu as silhuetas brancas vazias, com o formato deles. - Oh, eles se espalharam poraí. Vamos. Nós não temos muito tempo. Correndo de volta para o ginásio principal, eles encontraram a festa ainda animada, mas assim que eles começaram a cruzá-la, todos começaram a olhar para eles. - Olhem, - alguém exclamou, - é Perninha! - Bem, já não era sem tempo, - algum outro disse. No instante que Perninha chegava até o podium, todos já estavam quietos e esperando para ouvir o que ele teria a dizer. - Olá a todos. Eu peço desculpas por estar atrasado. Eu ouvi falar sobre o discurso de Valentino, e eu tenho que admitir que ele têm razão em muitos aspectos. Tanta razão que eu não vou nem tentar refutá-lo. Ao invés disto, eu vou dizer apenas o seguinte. Durante todo o ano passado, eu tenho feito o melhor trabalho que eu posso como Presidente de vocês. Se vocês acham que têm sido um bom trabalho, então votem para me reelegerem. Se vocês acham que não, então votem em Valentino. Se vocês me reelegerem, eu vou continuar fazendo o melhor trabalho que eu posso, mas eu vou dizer agora mesmo a vocês que eu não vou poder dedicar tanto tempo a isto como eu tenho feito. Vejam, há mais uma pessoa que eu tenho negligenciado, e a quem eu tenho que devotar mais do meu tempo. Perninha fez uma pausa por alguns instantes antes de dizer, - É você, Lilica. Você é a melhor coisa que já aconteceu para mim, é já é hora de eu admitir isto. - Deixando o pódium, ele caminhou até ela e disse, - Eu nunca mais vou deixar nada, nem o fato de ser Presidente, ficar entre nós novamente. - Então, não tendo nada mais a dizer, ele a beijou. No momento em que todos no salão começaram a aplaudir, Perninha deu um passo atrás dela e perguntou, - Então, posso contar com o seu voto na segunda-feira? - Mas claro, - disse Lilica amorosamente. - Você pode ter certeza que sim. ########## Na segunda-feira de manhã, enquanto Perninha e Lilica se preparavam para gravar a seqüência de abertura do próximo episódio de Tiny Toons, um mensageiro veio trazer os resultados das eleições. - Eu não posso olhar. - disse Perninha entregando ele para Lilica. - O que diz aí? Lilica olhou para a contagem e a leu por um momento antes de dizer, - Bem, foi bem perto, mas você foi reeleito. Eu acho que todos gostaram de sua honestidade. - Você gostou? - ele perguntou, esperançosamente. - Eu estou aqui, não estou? - Sim, você está. Ah, e a propósito, eu decidi qual dos velhos curtas do Pernalonga eu gostaria de fazer para o projeto. Mas, se eu o fizer, eu vou precisar da sua ajuda. - Claro, Perninha. Qual vai ser? - "Hold the Lion, Please!" Lilica não reconheceu o título. - Eu fico feliz em poder ajuda-lo, - ela diz - mas no que você vai precisar de mim? - Assista o curta. Você vai descobrir. Lilica estava prestes a perguntar para Perninha o que ele queria dizer com isto quando a música-tema da abertura começou a tocar nos auto-falantes. - Olá, Toonsters, - disse Perninha quando a música terminou, - Eu sou Perninha Coelho. - E eu sou Lilica Coelho. - Não somos parentes, - eles disseram juntos. Perninha colocou seu braço em volta dos ombros de Lilica, e olhando para ela, ele diz, simplesmente, - Ainda! O FIM "Perninha & Lilica: Não são parentes?" foi escrito, concebido, sonhado, e desejado ser visto em animação por Kevin Mickel. Pessoas que o autor adoraria ouvir lerem esta monstruosidade: Charlie Adler & Tress MacNeille. (Mas isto provavelmente nunca vai acontecer) HKUriah, meu nome on-line, é também o nome do personagem principal de um livro que eu tenho escrito que não têm nada a ver com desenhos. Mais chato escritor de desenhos animados do mundo, Jonh K. (Eu não pensaria em tentar soletrar aquele nome de cabeça, e eu estou com muita preguiça de ir ver agora.) Obrigado por ter lido. Espero que você tenha gostado. - And that's a wrap! --------------------------------------------------------------------------- Tradução para o português: Leandro Martins Pinto (renebunny@hotmail.com) 1o. edição, 30/11/1998.